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terça-feira, 28 de junho de 2011

Lomografia - reportagem do Valor Econômico

Parecem máquinas fotográficas de brinquedo: pequenas, de plástico e coloridas. Num mundo cada vez mais visto através das lentes digitais, as câmeras analógicas da marca austríaca Lomography ainda conquistam profissionais e amadores brasileiros.

Em setembro, a Lomography vai inaugurar sua segunda loja própria no país, na rua Augusta, em São Paulo. A primeira - e única filial na América Latina - abriu no Rio de Janeiro em 2009. No dia 17, o ponto carioca fechou temporariamente, com o fim do contrato de aluguel, e reabrirá em novo espaço na cidade. "Estamos à procura de um lugar com maior visibilidade", diz Filipa Richter, representante da marca no país. O antigo local ficava no subsolo de um prédio em Ipanema.

Em São Paulo, a marca já é encontrada em revendedoras, assim como em Brasília, Belo Horizonte e Curitiba. Centros culturais como o Museu de Arte Moderna (MAM) de São Paulo também vendem os produtos. A próxima parceria será em Porto Alegre.

Além do preço acessível, a partir de R$ 84, os modelos começaram a ganhar espaço graças ao uso da internet e das redes sociais para divulgação do produto. Sua "comunidade" no Facebook tem 311 mil membros e a marca reúne usuários em uma rede própria no seu site mundial. As lojas, além de vender, buscam ser um ponto de encontro para os "fãs", com workshops, happy hours e organização de saídas em grupo para fotografar. O público, diz Filipa, é composto principalmente por jovens de 13 a 25 anos que nunca tinham visto ou tinham pouco contato com o filme fotográfico, "para quem a câmera analógica é um produto novo", e pessoas mais velhas para as quais representa uma experiência nostálgica. Os "lomógrafos" que não se encaixam nesses dois grupos têm outra característica em comum: a vontade de experimentar. O primeiro contato do fotógrafo Demian Jacob com a "lomografia" foi numa viagem à Espanha em 2003. O carioca comprou uma câmera da marca do modelo Holga, que permite fazer fotos com sobreposição. Gostou do efeito e continuou praticando. O uso de câmeras analógicas sempre foi uma marca de seu trabalho. Mas isso não significa que Jacob está à parte do mundo digital. Ele comprou um scanner para negativos para facilitar a digitalização das imagens. "O processo analógico se transformando em digital gera uma outra mídia, é uma terceira proposta", diz ele, que também usa câmeras digitais, além de seus três modelos Lomo. "Por parecer de brinquedo, as pessoas ficam mais relaxadas para fazer retratos", diz.

A operação brasileira da Lomography, que inclui uma loja virtual, tem receita modesta, de R$ 1,3 milhão em 2010, e projeta dobrar de tamanho este ano. "O produto está mais conhecido no mercado", afirma Filipa. No âmbito global, a empresa cresceu 45% no ano passado em relação a 2009.

De origem russa, a Lomo teve sua produção estimulada na década de 80 pelo governo soviético, para que a população documentasse o estilo de vida comunista. Em 1991, foi redescoberta por dois vienenses, que firmaram contrato para a distribuição global do produto e criaram a Lomography na Áustria. Novas câmeras, filmes e acessórios foram desenvolvidos a partir de então.

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